Conceito e Teoria: Estrutura e Formação de Palavras 1º Ano


Estrutura das Palavras

Estudar a estrutura das palavras é estudar os elementos que formam a palavra, denominados de  morfemas. São os seguintes os morfemas da Língua Portuguesa.

Radical
O que contém o sentido básico do vocábulo. Aquilo que permanecer intacto, quando a palavra for  modificada.
Ex. falar, comer, dormir, casa, carro.
Obs: Em se tratando de verbos, descobre-se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR.

Vogal Temática
Nos verbos, são as vogais A, E e I, presentes à terminação verbal. Elas indicam a que conjugação o  verbo pertence:

• 1ª conjugação = Verbos terminados em AR.
• 2ª conjugação = Verbos terminados em ER.
• 3ª conjugação = Verbos terminados em IR.

Obs.: O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, já que proveio do antigo verbo poer.

Nos substantivos e adjetivos, são as vogais A, E, I, O e U, no final da palavra, evitando que ela termine  em consoante. Por exemplo, nas palavras meia, pente, táxi, couro, urubu.

* Cuidado para não confundir vogal temática de substantivo e adjetivo com desinência nominal de  gênero, que estudaremos mais à frente.

Tema
É a junção do radical com a vogal temática.  

Se não existir a vogal temática, o tema e o radical serão o  mesmo elemento; o mesmo acontecerá, quando o radical for terminado em vogal. Por exemplo, em se  tratando de verbo, o tema sempre será a soma do radical com a vogal temática - estuda, come, parti;  em se tratando de substantivos e adjetivos, nem sempre isso acontecerá. Vejamos alguns exemplos: No  substantivo pasta, past é o radical, a, a vogal temática, e pasta o tema; já na palavra leal, o radical e  o tema são o mesmo elemento - leal, pois não há vogal temática; e na palavra tatu também, mas  agora, porque o radical é terminado pela vogal temática.



Desinências
É a terminação das palavras, flexionadas ou variáveis, posposta ao radical, com o intuito de modificá-las. Modificamos os verbos, conjugando-os; modificamos os substantivos e os adjetivos em gênero e número.  Existem dois tipos de desinências:

Desinências verbais

Modo-temporais = indicam o tempo e o modo. São quatro as desinências modo-temporais:

-va-e -ia-, para o Pretérito Imperfeito do Indicativo = estudava, vendia, partia.

-ra-, para o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo = estudara, vendera, partira.

-ria-, para o Futuro do Pretérito do Indicativo = estudaria, venderia, partiria.

-sse-, para o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = estudasse, vendesse, partisse.

Número-pessoais = indicam a pessoa e o número. São três os grupos das desinências número-pessoais.

Grupo I: i, ste, u, mos, stes, ram, para o Pretérito Perfeito do Indicativo = eu cantei, tu cantaste,  ele cantou, nós cantamos, vós cantastes, eles cantaram.

Grupo II: -, es, -, mos, des, em, para o Infinitivo Pessoal e para o Futuro do Subjuntivo = Era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. Quando eu puser,  tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem.

Grupo III: -, s, -, mos, is, m, para todos os outros tempos = eu canto, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam.

Desinências nominais

de gênero = indica o gênero da palavra. A palavra terá desinência nominal de gênero, quando houver a  oposição masculino - feminino. Por exemplo: cabeleireiro - cabeleireira. A vogal a será desinência  nominal de gênero sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja  terminado em o. Por exemplo: crua, ela, traidora.  

de número = indica o plural da palavra. É a letra s, somente quando indicar o plural da palavra. Por  exemplo: cadeiras, pedras, águas.

Afixos: São elementos que se juntam a radicais para formar novas palavras. São eles:

Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical. Por exemplo destampar, incapaz, amoral.
Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical, do tema ou do infinitivo. Por exemplo pensamento, acusação, felizmente.

Vogais e consoantes de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Por exemplo flores, bambuzal, gasômetro,  canais.

Formação das palavras
Para analisar a formação de uma palavra, deve-se procurar a origem dela. Caso seja formada por  apenas um radical, diremos que foi formada por derivação; por dois ou mais radicais, composição. São  os seguintes os processos de formação de palavras:

Derivação: Formação de novas palavras a partir de  apenas um radical.

Derivação Prefixal
Acréscimo de um prefixo à palavra primitiva; também chamado de prefixação. Por exemplo: antepasto, reescrever, infeliz.

Derivação Sufixal
Acréscimo de um sufixo à palavra primitiva; também chamado de sufixação. Por exemplo: felizmente, igualdade, florescer.

Derivação Prefixal e Sufixal
Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, em tempos diferentes; também chamado de prefixação e sufixação. Por exemplo: infelizmente, desigualdade, reflorescer.

Derivação Parassintética
Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, simultaneamente; também chamado de parassíntese. Por exemplo: envernizar, enrijecer, anoitecer.

Obs.: A maneira mais fácil de se estabelecer a diferença entre Derivação Prefixal e Sufixal e Derivação Parassintética é a seguinte: retira-se o prefixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.;  caso contrário, retira-se, agora, o sufixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso  contrário, será Der. Parassintética. Por exemplo, retire o prefixo de envernizar: não existe a palavra  vernizar; agora, retire o sufixo: também não existe a palavra enverniz. Portanto, a palavra foi formada  por Parassíntese.

Derivação Regressiva
É a retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a palavra derivada. Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o substantivo debate.

Derivação Imprópria
É a formação de uma nova palavra pela mudança de classe gramatical. Por exemplo: a palavra gelo é um substantivo, mas pode ser transformada em um adjetivo: camisa gelo.

Composição
Formação de novas palavras a partir de dois ou mais radicais.

Composição por justaposição
Na união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os  radicais ponta e , obtém-se a palavra pontapé. O mesmo ocorre com mandachuva, passatempo,  guarda-.

Composição por aglutinação
Na união, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os radicais água e ardente, obtém-se a palavra aguardente, com o desaparecimento do a. O mesmo  acontece com embora (em boa hora), planalto (plano alto).

Hibridismo
É a formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes. Por exemplo:  automóvel, sociologia, sambódromo, burocracia.

Onomatopéia
Consiste em criar palavras, tentando imitar sons da natureza. Por exemplo: zunzum, cricri, tiquetaque, pingue-pongue.

Abreviação Vocabular
Consiste na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais curta. Por exemplo: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; de cinematografia, cinema ou cine.

Siglas
As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui  um nome: Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial,  Territorial e Urbano).

Neologismo semântico
Forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado, somado ao que já existe. Por exemplo, a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos outro: pessoa boa, pessoa legal.

Empréstimo linguístico (Estrangeirismos)
É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica, ela deve ser escrita entre aspas. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu, "shopping center". 

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